Cirurgia Radioguiada
A cirurgia radioguiada é uma técnica avançada utilizada com o objetivo de localizar e remover com precisão estruturas marcadas por radiofármacos. A ideia central é “guiar” o cirurgião até o alvo (tecido, linfonodo, lesão) por meio de detecção de radiação, minimizando impactos ao tecido saudável.
Essa metodologia é especialmente útil em casos oncológicos, permitindo cirurgias menos invasivas, mais seguras e com maior preservação de tecidos saudáveis.
Como funciona
O processo da cirurgia radioguiada ocorre em duas etapas principais:
1. Etapa pré-operatória
Antes da cirurgia, administra se um radiofármaco (uma substância que emite radiação detectável) próximo ou dentro da estrutura de interesse. Dependendo da indicação e biodistribuição, pode-se usar diferentes vias de injeção. Após a injeção, realiza-se exame de imagem (cintilografia) para confirmar a distribuição do radiofármaco e planear o acesso cirúrgico.
2. Etapa intraoperatória
Durante a cirurgia, é utilizada uma sonda especial chamada Gama Probe (ou Sonda Gama), capaz de detectar a radiação emitida pelo radiofármaco administrado na fase pré-operatória.
O especialista em medicina nuclear, por meio do manuseio desse equipamento, auxilia o cirurgião na identificação precisa da estrutura marcada. Essa detecção direcionada permite a remoção do tecido-alvo com maior precisão, reduzindo a necessidade de ressecções amplas.
Como resultado, o procedimento torna-se mais conservador, preservando ao máximo as estruturas saudáveis e contribuindo para uma recuperação mais rápida e menos invasiva.
Principais Indicações
• Linfonodo sentinela: É a aplicação mais conhecida da técnica. Em tumores como câncer de mama, melanoma, câncer de orofaringe e alguns cânceres ginecológicos, identifica-se o primeiro linfonodo que recebe drenagem linfática do tumor. Se esse linfonodo não estiver acometido, reduz-se a necessidade de linfadenectomia extensa.
• Localização de lesões mamárias não palpáveis (técnica ROLL – Radioguided Occult Lesion Localization): muito usada para marcar tumores pequenos ou microcalcificações que não são percebidos ao toque, permitindo uma abordagem cirúrgica mais dirigida e poupadora de tecido.
• Crescimentos de lesões benignas: em alguns casos, a técnica oferece apoio para ressecções mais precisas, por exemplo, em lesões ósseas (osteoma osteoide) ou alterações em glândulas paratireoides.